Empreendimentos participam de uma imersão de três dias em no mês de dezembro
A Chamada Floresta+ Aceleração selecionou 12 negócios de impacto com atuação na Amazônia para participar do processo de pré-aceleração. Entre os dias 14 e 16 de dezembro, os empreendedores vão participar de um encontro presencial em Iranduba, próximo a Manaus.
Nessa imersão, serão realizadas atividades para modelagem do negócio com base no Modelo C, com objetivo de refinar a definição de estratégias, modelo de negócio, tese de impacto, plano de ação e plano de monitoramento do empreendimento.
Também serão trabalhados conceitos e práticas de pitch, instrumento de comunicação essencial na busca de investimentos. Cada um receberá suporte na criação do seu pitch, e a última atividade do encontro presencial será a apresentação de todos os pitchs para a banca avaliadora.
A pré-aceleração é a última etapa do processo de seleção que vai escolher os seis empreendimentos que ingressarão no Programa de Aceleração promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) com apoio do GCF (Green Climate Fund), por meio da modalidade Inovação do Projeto Floresta+ Amazônia. A iniciativa conta com Idesam, AMAZ e Sense-Lab como parceiros executores.
Conheça os negócios selecionados para a pré-aceleração:
Amazonia Bee (Manaus – AM): produz e comercializa alimentos, biocosméticos e fitoterápicos oriundos da Meliponicultura, e também presta serviços de consultoria e assessoria em cadeias produtivas da sociobiodiversidade.
Amazônia Smart Food (Manaus – AM): oferece proteínas veganas de biomassa amazônica, como hambúrguer de tucumã e linguiça de açaí. Se propõe a gerar emprego e renda no campo por meio de capacitação e valorização dos agricultores familiares.
Árvores (Macapá – AP): aplicativo de reconhecimento que tem como objetivo reduzir o tempo e garantir veracidade às atividades do manejo florestal sustentável a partir de dados obtidos através da câmera do smartphone.
ATLAS Florestal (São Paulo – SP): empresa de restauração florestal produtiva. Planejam, modelam, implementam e monitoram florestas produtivas, com um conselho técnico multidisciplinar capaz de desenvolver ações regenerativas e personalizadas.
Cacauaré Cacau Nativo da Amazônia (Mocajuba – PA): empresa de mulheres que maneja e extrai cacau nativo da Amazônia para beneficiamento em amêndoas para chocolate fino e outros subprodutos de cacau, como mel de cacau, geleias, capilés, doces, nibs e barras.
Deveras Amazônia (Santarém – PA): trabalha com a comercialização de produtos alimentícios, como geleias e conservas, baseados em pesquisas científicas de espécies da região amazônica.
INOCAS (Patos de Minas – MG): tem como objetivo gerar uma alternativa ao óleo de soja e palma, alavancando a cadeia produtiva da macaúba como fonte de óleos vegetais sustentáveis.
MOMA Natural (São Paulo – SP): produz e vende cosméticos naturais artesanais, como shampoos, condicionadores, sabonetes faciais e corporais. São produtos de consumo consciente, de origem nacional e sustentável.
Pacajá Móveis com Origem (Portel – PA): produz objetos de decoração e móveis a partir de resíduos de manejo florestal. Trabalha com um portfólio de mesas, bancadas, banquetas, tábuas, bandejas e muito mais.
Passyflora Projetos Agro Sustentáveis (Rio Branco – AC): implementação de boas práticas nas atividades florestais e agropecuárias, alinhando produtividade e sustentabilidade. Atua na estruturação de cadeias produtivas da bioeconomia e na implementação de boas práticas para produção agropecuária.
Raízes do Açaí (Afuá – PA): utilização do grão do açaí na produção de uma bebida com valor nutricional, ambiental e social. Com uma fábrica localizada em Afuá (PA), gera valor e renda para a comunidade local.
Samaúma (Matozinhos – MG): objetiva fazer a ponte entre povos originários e o mercado de carbono. O foco é a certificação de florestas preservadas indígenas no crédito de carbono e posterior apoio aos povos no uso dos recursos em projetos regenerativos de infraestrutura e redução de desigualdades.
Perfil dos inscritos
A Chamada Floresta+ Aceleração, aberta em outubro deste ano, teve 33 inscrições vindas de 12 estados do país. Pará e Amazonas foram os estados que se destacaram nesse quesito com oito e sete inscrições registradas, respectivamente.
Houve uma grande variedade de ramos de atividades entre os inscritos: produtos da sociobiodiversidade; reflorestamento e produção agroflorestal; agricultura, pecuária e produção rural sustentável; cosméticos; manejo e produção florestal sustentável; educação e empreendedorismo de impacto socioambiental; alimentação; turismo sustentável; artesanato, arte e moda sustentável; plataforma de comercialização e acesso a mercados; carbono e PSA; e soluções tecnológicas.
Além disso, há diversidade nos negócios inscritos. Em 90,9% deles há mulheres na liderança, diretoria ou que participam da tomada de decisão, e em 63,6% há pessoas negras, pardas ou indígenas nesses cargos. Já os negócios com pessoas residentes na Amazônia Legal em postos de liderança representam 84,8% dos inscritos. Entre os proponentes, há presença de pessoas entre 19 e 65 anos, com maior concentração na faixa etária entre 35 e 39 anos.
As iniciativas inscritas se relacionam também com todos os 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030 da ONU. Os mais citados foram os de número oito (Trabalho digno e crescimento econômico) e 12 (Consumo e produção responsáveis), ambos mencionados por 72,7% dos negócios.
Modelo de negócio
Os empreendimentos inscritos estão em diferentes etapas da jornada do negócio. Há seis na fase de organização, cinco na pré-escala, cinco buscando tração, cinco em MVP, cinco na etapa de piloto, quatro na fase do protótipo, dois ainda na ideia e um procurando ganhar escala.
Dos 33 inscritos, 19 possuem foco em produto e os outros 14 em serviço. Algumas iniciativas trabalham em mais de um modelo de comercialização, 22 delas operam no B2C (consumidor final como público-alvo) e 21 no modelo B2B (empresas vendem para empresas). Há ainda empresas B2G (vendem para órgãos públicos), B2B2C (empresas que fazem parcerias com outras empresas para chegar ao consumidor) e C2C (negociação direta entre consumidores).
A soma do faturamento anual dos negócios inscritos é de R$ 9,9 milhões e, juntos, eles demandam R$ 16,5 milhões em investimento para impulsionar seu crescimento.
Dos 33 inscritos, 17 declaram coletar e analisar indicadores de processo e/ou operação do negócio, mas nove dizem não possuir nenhuma prática de monitoramento do impacto que causa. Já quatro negócios informam possuir indicadores de resultados/impactos socioambientais definidos, enquanto três declaram tomar decisões com base na avaliação dos impactos.
Sobre o Projeto Floresta+ Amazônia
O Projeto Floresta+ Amazônia, parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) com apoio do GCF (Green Climate Fund), busca recompensar quem protege e recupera a floresta e contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Até 2026, reconhecerá o trabalho de pequenos produtores rurais e agricultores, apoiará projetos de povos indígenas e povos e comunidades tradicionais e fortalecerá a estratégia nacional de REDD+ e apoiará projetos que dialoguem com o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal.
O projeto conta com quatro modalidades de distribuição de recursos, e a Chamada Floresta+ Aceleração situa-se dentro da Floresta+ Inovação. O objetivo dessa modalidade é fomentar a criação e a consolidação do mercado de serviços ambientais e para outras abordagens que promovam a conservação, recuperação e o uso sustentável da vegetação nativa, bem como para geração de renda para os provedores de serviços ambientais, fortalecendo o ecossistema de impacto da região Amazônica.
É o primeiro projeto a receber recursos do GCF como recompensa pela redução das emissões de gases de efeito estufa em anos anteriores e a executar o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) nessa escala. Uma resposta urgente e inovadora para manter a floresta em pé e combater a mudança global do clima.