Seis empreendimentos de impacto com atuação na Amazônia Legal participam de jornada de fortalecimento e apoio ao seu desenvolvimento
Janeiro de 2023 – A Chamada Floresta+ Aceleração selecionou seis negócios de impacto com atuação na Amazônia para participar do processo de aceleração. São eles: Amazônia Bee, ATLAS Florestal, Cacauaré Cacau Nativo da Amazônia, Deveras Amazônia, MOMA Natural e Passyflora Projetos Agro Sustentáveis.
O objetivo do programa é fortalecer e apoiar empreendimentos de impacto socioambiental que estejam liderando a construção de soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável e para o ecossistema de impacto na Amazônia. O projeto é promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima e pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) com apoio do GCF (Green Climate Fund), e conta com Idesam, AMAZ aceleradora de impacto e Sense-Lab como parceiros executores.
Os empreendimentos selecionados estão sediados nos estados do Acre, Amazonas, Pará e São Paulo, e atuam em áreas como reflorestamento e produção agroflorestal, agricultura, pecuária e produção rural sustentável, produtos da sociobiodiversidade, alimentação e cosméticos.
“Os negócios superaram as nossas expectativas, estão de acordo com os objetivos do programa e com o grau de maturidade que a gente esperava. Além disso, conseguimos uma diversidade interessante de localidades e uma grande presença de mulheres nos empreendimentos, que era um dos critérios pedidos pela chamada. Cinco dos selecionados possuem mulheres na liderança”, avalia Helena Fischer, consultora do Sense-Lab.
Processo de seleção
A Chamada Floresta+ Aceleração teve 33 negócios inscritos. Desses, 12 foram selecionados para participar do processo de pré-aceleração, etapa final da seleção, que aconteceu em dezembro e contou com uma imersão presencial em Iranduba, próximo a Manaus.
“A etapa de pré-aceleração nos proporcionou um processo bastante rico de interação com os empreendedores selecionados. Os exercícios e dinâmicas realizados aprofundaram o entendimento sobre os empreendimentos e apresentaram a todos os participantes ferramentas úteis para a gestão dos negócios e a prospecção de investidores e parceiros”, destaca Antonio Sanches, analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima.
No encontro presencial, foram realizadas atividades para modelagem do negócio com base no Modelo C, com objetivo de refinar a definição de estratégias, modelo de negócio, tese de impacto, plano de ação e plano de monitoramento do empreendimento. Também foram trabalhados conceitos e práticas de pitch, instrumento de comunicação essencial na busca de investimentos.
O desempenho dos negócios na pré-aceleração, as diligências realizadas pela equipe do projeto e a apresentação dos pitches foram os fatores que determinaram a seleção dos negócios. “Nessa última etapa do processo, foi possível perceber a qualidade dos empreendedores e o comprometimento que eles têm com a geração de impacto socioambiental positivo na região, um ponto primordial considerado na seleção dos negócios a serem apoiados”, conta Fernanda Coelho, Assessora Técnica do PNUD.
O processo de aceleração, que vai acontecer nos próximos seis meses, inclui encontros virtuais e presenciais, atividades individuais de leitura e aprofundamento. Serão abordados temas como: modelo de negócio, com discussões sobre análise de mercado, estratégia comercial e proposta de valor, precificação, relacionamento com cliente e modelo de sustentabilidade financeira; capacidade organizacional e operações, que vai abordar parcerias estratégicas, processos administrativos, processos produtivos, estrutura organizacional e governança; liderança e equipe, que inclui competência do time empreendedor e desenvolvimento das lideranças.
“Para nós, é interessante ver uma geração de negócios que estão buscando utilizar instrumentos e ferramentas vinculados a Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) para dar viabilidade às cadeias da conservação e da restauração florestal na Amazônia. É uma metodologia de aceleração nova que nós estamos desenvolvendo e vai ser interessante ver a evolução dos negócios nos próximos seis meses”, conclui Mariano Cenamo, Diretor de Novos Negócios do Idesam e CEO da AMAZ.
Todos os negócios possuem atuação na Amazônia ou potencial de atuação nos próximos 6 meses. Conheça os selecionados:
Amazônia Bee (Manaus – AM): produz e comercializa alimentos, biocosméticos e fitoterápicos oriundos da Meliponicultura, e também presta serviços de consultoria e assessoria em cadeias produtivas da sociobiodiversidade.
ATLAS Florestal (São Paulo – SP): empresa de restauração florestal produtiva. Planejam, modelam, implementam e monitoram florestas produtivas, com um conselho técnico multidisciplinar capaz de desenvolver ações regenerativas e personalizadas.
Cacauaré Cacau Nativo da Amazônia (Mocajuba – PA): empresa de mulheres que maneja e extrai cacau nativo da Amazônia para beneficiamento em amêndoas para chocolate fino e outros subprodutos de cacau, como mel de cacau, geleias, capilés, doces, nibs e barras.
Deveras Amazônia (Santarém – PA): trabalha com a comercialização de produtos alimentícios, como geleias e conservas, baseados em pesquisas científicas de espécies da região amazônica.
MOMA Natural (São Paulo – SP): produz e vende cosméticos naturais artesanais, como shampoos, condicionadores, sabonetes faciais e corporais. São produtos de consumo consciente, de origem nacional e sustentável, com matéria-prima oriunda da sociobiodiversidade da Amazônia.
Passyflora Projetos Agro Sustentáveis (Rio Branco – AC): implementação de boas práticas nas atividades florestais e agropecuárias, alinhando produtividade e sustentabilidade. Atua na estruturação de cadeias produtivas da bioeconomia e na implementação de boas práticas para produção agropecuária.
Sobre o Projeto Floresta+ Amazônia
O Projeto Floresta+ Amazônia, parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) com apoio do GCF (Green Climate Fund), busca recompensar quem protege e recupera a floresta e contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Até 2026, reconhecerá o trabalho de pequenos produtores rurais, apoiará projetos de povos indígenas e povos e comunidades tradicionais, fortalecerá a estratégia nacional de REDD+ e apoiará empreendimentos de impacto que dialoguem com o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal.
O projeto conta com quatro modalidades de distribuição de recursos, e a Chamada Floresta+ Aceleração situa-se dentro da Floresta+ Inovação. O objetivo dessa modalidade é fomentar a criação e a consolidação do mercado de serviços ambientais por meio do desenvolvimento de soluções e empreendimentos, contribuindo assim para a conservação, a recuperação e o uso sustentável da vegetação nativa e para a geração de renda para os provedores de serviços ambientais.
É o primeiro projeto a receber recursos do GCF como recompensa pela redução das emissões de gases de efeito estufa e a executar o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) nessa escala. Uma resposta urgente e inovadora para manter a floresta em pé e combater a mudança global do clima.