
Representantes de associações de indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos da Amazônia Legal e suas organizações parceiras se reuniram de 21/05 a 23/05 na “Oficina de Trocas Experiências” do Projeto Floresta+ Amazônia em Manaus (AM). O evento teve como objetivo integrar as equipes implementadoras e lideranças comunitárias de 40 iniciativas dos territórios amazônicos. A ideia foi também discutir juntos pontos positivos, desafios na implementação de ações na região e trocas de lições e aprendizados.
O Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacional do governo brasileiro, por meio do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o PNUD e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF). A oficina pela da Modalidade Comunidades do Floresta+, no âmbito da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA.
Ao todo, as 40 iniciativas são projetos apoiados financeiramente pelo Floresta+, abrangendo 40 Terras Indígenas (TIs), 12 Unidades de Conservação, nove territórios quilombolas, um assentamento agroextrativista e um território urbano.

O apoio aos povos tradicionais concentra esforços em temas como conservação ambiental, recuperação de áreas degradadas, produção agroecológica, fortalecimento de cadeias da bioeconomia, vigilância e proteção territorial. As iniciativas apoiadas também envolvem atividades relacionadas ao turismo de base comunitária, produção de alimentos e segurança alimentar, fortalecimento da cultura e modos de vida das populações tradicionais.

De acordo com a coordenadora do Projeto Floresta+ Amazônia pelo PNUD, Regina Cavini, a participação do PNUD Brasil na iniciativa reforça o compromisso em apoiar o governo e a sociedade brasileira na promoção de uma Amazônia manejada de forma sustentável, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com respeito à sustentabilidade social, econômica e ambiental, assegurando a segurança alimentar, a segurança climática e os direitos humanos dos povos originários e comunidades tradicionais.
“Atuamos como parceiros técnicos do MMA, promovendo soluções baseadas na natureza e na justiça socioambiental, com foco no fortalecimento das capacidades locais e no fomento a um desenvolvimento verdadeiramente sustentável e justo. A oficina representa um momento fundamental de escuta, troca de experiências e construção coletiva, uma oportunidade valiosa para reconhecer avanços, enfrentar desafios e inspirar novas possibilidades nos territórios da Amazônia Legal”, destacou Cavini.
Segundo a representante da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais do MMA, Isabela Sales, o evento traz repletas trocas significativas e construtivas. “Que cada conversa fortaleça os nossos caminhos. O Governo Federal, por meio da secretaria, está à disposição para apoiar, colaborar e buscar novas soluções. Quando iniciamos algo, é essencial parar, refletir e avaliar: estamos indo na direção certa? Precisamos ajustar o percurso? Observar o que está funcionando com os outros nos inspira e nos ensina. Essa troca de experiências e saberes é o que nos faz crescer juntos”, ressaltou.
Para serem apoiadas pelo projeto, as comunidades participaram de um edital lançado em 2022, no qual foram apresentadas 259 ideias de projeto, das quais 40 foram aprovadas e recebem recursos financeiros e apoio técnico para implementar as ações. As propostas foram elaboradas de modo participativo pelos povos tradicionais, levando em consideração a natureza coletiva e autônoma das atividades na gestão dos territórios. As questões de gênero também foram consideradas na seleção; entre os projetos aprovados, 70% beneficiam diretamente as mulheres, são liderados por elas ou ambos.
“O apoio do Floresta+ Amazônica é indispensável para a nossa trajetória, autonomia e sustentabilidade no território. Esse apoio contribui para a nossa renda e conservação da floresta. A luta pela Amazônia é de todos, não pode parar — ela é de muitos povos. Por isso, é fundamental valorizarmos cada vez mais os nossos projetos que vêm para somar, como passos importantes nessa caminhada coletiva”, falou orgulhosa a ribeirinha Elizângela Cavalcante, idealizadora do Projeto Mulheres Resolvidas da Associação Extrativista das Comunidades da Reserva do Rio Uatumã, no Amazonas.

Genílson Guajajara, 28 anos, saiu da Aldeia Caru, no Maranhão, para participar da oficina com intuito de compartilha lições e aprendizados do seu projeto, e também conhecer outras iniciativas. “O evento reforçou a importância da coletividade dos povos indígenas. A gente sai fortalecido cada vez mais para seguir em frente. Isso conquistas que vão além do movimento indígena. Foi muito importante esse encontro, porque são várias ideias, vários entendimentos de povos diferentes”, afirmou.
O Floresta+ está inserido na atuação do Programa União com Municípios do MMA. Os 40 projetos apoiados para as comunidades tradicionais e territórios indígenas fazem parte também das estratégias do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAM).
“As ações dos projetos são muito importantes e estão todas inseridas dentro do plano federal de controle do desmatamento, que é o PPCDAm. É onde o projeto Floresta+ cumpre um importante papel de alcance das metas desse plano. É muito importante que as comunidades desses 40 projetos tenham ciência da responsabilidade que são esses projetos e como elas estão contribuindo, cada uma no seu local, no seu estado, no seu município, na sua comunidade, para o governo brasileiro melhorar e atingir as metas de redução do desmatamento no Brasil’’, completou a coordenadora geral do Projeto Floresta+ Amazônia pelo MMA, Nazaré Soares.
Fotos: Alex Costa e Adriano Teixeira
O post Cerca de 120 representantes de povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia se reúnem para troca de experiências apareceu primeiro em Projeto Floresta+ Amazônia.